EM ANGOLA PODE SER CRIADO UM TEMPLO ORTODOXO

Na capital de Angola pode ser criado um templo ortodoxo. Esta questão foi debatida durante o recente encontro da delegação da Igreja Ortodoxa Russa com os compatriotas e representantes da comunidade russófona, que vivem em Luanda e nos arredores da capital. Vem a seguir uma reportagem do nosso correspondente Viktor Voronov. O metropolita de Smolensk e de Caliningrado Kirill, chefe do Departamento de relações externas da igreja, veio pela primeira vez ao continente africano, tendo incluído nesta viagem a visita a Angola. O dignitário da igreja esteve na empresa da sociedade mineira de Catoca, situada na província Lunda-Sul, onde vive e trabalha a maior parte de especialistas russos, ocupados na indústria de diamantes. Para os compatriotas a visita do ilustre hóspede foi uma verdadeira festa. Nas palestras com ele foram discutidas questões de preservação da cultura nacional e espiritual nas condições de permanência num país estrangeiro. Depois da palestra todos os presentes ganharam das mãos do monsenhor um pequeno ícone da Nossa Senhora.
A questão de construção de um templo ortodoxo em Angola é de longa data e, pelos vistos, a sua solução positiva está agora está mais próxima do que nunca.
Kirill: Muitos angolanos estudaram na União Soviética, muitos falam russo e muitos outros ainda relacionam a si próprios à cultura russa. Admito que muitos deles nutram simpatias em relação à religião ortodoxa. As portas do nosso templo serão abertas também para eles pois não se pode amar a Rússia e a não amar a ortodoxia.
A questão de abertura da paróquia está na competência do Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa Russa. Depois disso a sua decisão deve ser aprovada pela Igreja Ortodoxa de Alexandria.
Em Angola o metropolita Kirill manteve conversações com o presidente do país José Eduardo dos Santos. No decurso da palestra o primaz delineou a posição da Igreja Ortodoxa Russa no tocante ao diálogo bilateral entre Angola e Rússia, tendo apontado na ocasião que o nosso relacionamento será mais variado, equilibrado e próspero, se os componentes político e econômico forem acrescidos do componente espiritual. Afirmou que a presença da Igreja Ortodoxa Russa em Angola vai contribuir para o desenvolvimento mais pleno de relações culturais e espirituais entre os nossos dois Estados.
O presidente José Eduardo dos Santos ressaltou da sua parte que a posição do governo de Angola coincide com as idéias da Igreja Russa que esta última tem manifestado em diversos foros internacionais e na ONU. Neste plano, — disse o presidente, — o governo de Angola está interessado na continuação e consolidação do diálogo intercultural, internacional e inter-religioso com a Rússia.